“Hoje, Não!” – Reflexão Sobre a Violação em Peça de Teatro no Cineteatro de Arraiolos

No dia 5 de novembro, o Cineteatro de Arraiolos foi palco de uma encenação marcante sobre um tema de grande relevância social: a violação. A peça intitulada “Hoje, Não! – Mitos e Realidades da Violação”, da autoria da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ), foi encenada por alunos das turmas do 11.º ano (A e B) e dos Cursos Profissionais de Técnicos de Logística e Programador de Informática. A atividade, que surgiu de um desafio proposto pela coordenadora do Departamento de Línguas, Carla Vieira Sampaio da Silva, teve como objetivo promover a reflexão sobre o tema, com a participação direta dos professores Rui Rebocho (Informática), Clarisse Fialho (Diretora dos Cursos Profissionais) e Luís Carreira (Português). Além disso, a atividade contou também com o apoio de diversos professores que acompanharam as turmas do Ensino Secundário, enquanto outros marcaram presença na plateia.

A peça encenou um julgamento simulado, abordando um caso de violação de uma jovem adolescente, um tema difícil, mas urgente, considerando que, em 2022, o país registou o maior número de casos semelhantes. A representação foi realizada pelos alunos Rita Tomás, Pedro Serôdio, Madalena Reis e Salvador Pimpão, que interpretaram as figuras da vítima, arguido e testemunhas. No elenco, contamos ainda com a participação de familiares dos alunos (prof. Ângela Fortes e D. Isabel Renata Reis), o que contribuiu para um elenco diversificado, que atuou com grande empenho e dedicação.

O evento contou com a presença de várias entidades, entre elas a APMJ, representada pela Dra. Aurora Rodrigues, e diversas figuras jurídicas, como o Dr. Bruno Guimarães (Juiz) e o Dr. Luís Gomes (Procurador da República), bem como as advogadas Dra. Patrícia Lista (assistente) e Dra. Maria José Espadeiro (arguido). Os alunos de Logística cuidaram da organização e do acolhimento dos convidados, enquanto os alunos de Programador de Informática garantiram o bom funcionamento dos recursos tecnológicos, desde a projeção até à interação com o público.

A atividade contou também com a presença de várias personalidades, entre elas: João Campos, Vereador da CMA; Ana Fátima Santos, psicóloga; Susana Pragana, assistente social; Margarida Barrenho, psicóloga; Escola Segura (Sr. Major José Maria Piteira Amaral, Chefe da Secção de Informações e Investigação Criminal do Comando Territorial de Évora; Sr. Tenente António Macedo Tomás, Comandante do Destacamento Territorial de Estremoz; Sr. Sargento-Ajudante David Aleixo, Chefe do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas do Comando Territorial de Évora; e Sr. Cabo Mor Célio de Jesus Casacão Chino, da Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário do Destacamento Territorial de Estremoz); Ana Paula Ribeiro, Coordenadora do Centro Qualifica; Catarina Delgado (Associação Dupla Personalidade); Alberto Santos, Técnico da ETL do GAL Alentejo Central Monte-Desenvolvimento Alentejo Central; Mariana ValérioPaula AmbrósioTelma Pires– Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos (Técnicas Superiores de Educação Social); Linda Oliveira – Centro Social Paroquial de Arraiolos ; Dra. Helena Barahona (Associação Ser Mulher); Lúcia Matias e Liliete Mourinha (representantes da Associação de Pais e Encarregados de Educação); e Sr. César Oliveira (representante dos assistentes operacionais), entre outros.

Após a encenação, foi realizado um debate moderado pela Dra. Aurora Rodrigues, que contribuiu com uma importante reflexão sobre o impacto da violência sexual na sociedade e o papel do sistema judiciário. 

A sessão culminou com uma votação do público, que, por meio da aplicação Mentimeter, decidiu pela condenação do arguido a uma pena de prisão efetiva. A sentença, que refletiu o forte grau de censura social aos crimes de violação, atestou o sucesso da iniciativa e o impacto do tema tratado.

O sucesso da atividade foi, sem dúvida, um reflexo do empenho e do envolvimento dos alunos, que, ao adaptarem e representarem o guião original da peça, demonstraram maturidade e sensibilidade para um tema tão difícil e necessário de ser debatido. O evento também proporcionou momentos de reflexão profunda a todos os presentes, alunos do secundário e convidados, que saíram do Cineteatro mais conscientes sobre a importância da luta contra a violência sexual.

O êxito desta iniciativa reflete diretamente o esforço coletivo da comunidade escolar, e sinto-me profundamente orgulhosa e grata por contar com uma equipa tão dedicada e competente. Continuem a acreditar no poder das vossas ações, pois já mostraram que são capazes de fazer a diferença.

Carla Vieira Sampaio da Silva
Coordenadora do Departamento de Línguas

https://www.rtp.pt/play/p12652/e806674/portugal-em-direto/1282751 (18h29)